O MASP amplious suas instalações com um novo prédio de 14 andares, projetado para aumentar a capacidade de exposição e oferecer novos espaços, como galerias e laboratórios, conectando os dois prédios por uma passagem subterrânea. Com isso, o museu espera transformar seu potencial, exibindo uma maior parte de seu acervo e fortalecendo sua missão de inclusão e diversidade.
Eu me lembro claramente quando ainda criança, meu pai nos levava aos domingos para passarmos um tempo no MASP. Ficávamos horas ali, apreciando, dentre outras coisas, aquele vão enorme arquitetonicamente incrível! Nos últimos anos, toda vez que passava pelo museu, ficava inconformada com o prédio que ficava à sua esquerda: abandonado, num ponto super valorizado, podendo ter mil utilidades. E fiquei muito alegre quando soube que ele serviria como ampliação do próprio MASP!
MASP
O MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, é o primeiro museu moderno do país. Fundado em 1947 pelo empresário brasileiro Assis Chateaubriand, ele é uma instituição privada e não possui fins lucrativos.
O próprio Chateaubriand convidou o crítico e marchand italiano Pietro Maria Bardi para assumir a direção do museu, o que aconteceu no período de 1947 a 1990. Bardi selecionou as primeiras obras de arte do museu, adquiridas por doações da sociedade local. Todas elas formam o mais importante acervo de arte europeia do Hemisfério Sul.
A coleção do MASP reúne atualmente mais de 11 mil obras, entre elas pinturas, esculturas, fotografias, objetos, assim como vestuários correspondentes a diversos períodos. O acervo abrange a produção europeia, asiática, africana e das Américas.
O endereço do MASP nem sempre foi na Avenida Paulista. No início ele foi instalado na rua 7 de Abril, bem no centro da cidade. Posteriormente, em 1968, o museu foi transferido, para o local onde se encontra hoje.
O prédio atual do MASP é de autoria de Lina Bo Bardi e representou um marco na história da arquitetura do século 20. Bo Bardi utilizou como base vidro e concreto, criando uma arquitetura de superfícies ásperas, com acabamentos sem grandes luxos. A ideia foi conceder ao edifício leveza, transparência e suspensão.
O objetivo ao se criar o conhecido “vão livre” foi de que o espaço se tornasse uma praça para uso da população. E cumpriu e cumpre muito bem seu objetivo!
Outro traço único da arquiteta é sua radicalidade retratada nos icônicos cavaletes de cristal, que foram criados visando expor a coleção no segundo andar do edifício. A ideia de retirar as obras das paredes e levá-las para os cavaletes foi a de fazer com que o espectador siga uma narrativa linear que é exatamente sugerida pela ordem e disposição das obras nas salas.
O MASP possui também um espaço amplo, a Pinacoteca, cuja expografia suspensa e transparente possibilita ao público um contato mais próximo com o acervo, visto que é possível realizar o percurso entre as obras, contorná-las e visualizar o verso de cada uma delas. A Pinacoteca possui uma mostra de longa duração, o Acervo em transformação; porém, ao longo do ano, existe uma vasta gama de exposições, tanto coletivas como individuais, articuladas entre si em eixos temáticos como: as Histórias da sexualidade (2017), as Histórias afroatlânticas (2018), as Histórias feministas/histórias das mulheres (2019).
Além do calendário das exposições, existem programas públicos desenvolvidos pelo núcleo de mediação, incluindo seminários internacionais, palestras mensais (no primeiro sábado de cada mês), além do programa MASP Professores, oficinas, cursos no MASP Escola e uma programação de filmes e vídeos.
O museu disponibiliza uma série de publicações com catálogos das exposições, acervos e antologias dos seminários e palestras, além de projetos especiais como restauros de obras.
Novo Edifício do MASP
O projeto do edifício Pietro Maria Bardi, o novo anexo do MASP, teve início há cinco anos. Sua inauguração estava projetada para 2024, mas a data passou para março de 2025. O prédio levará o nome de Pietro Maria Bardi, como homenagem ao primeiro diretor artístico do museu.
Uma passagem subterrânea, sob a rua Professor Otávio Mendes, unirá os dois prédios.
O anexo possui uma arquitetura verticalizada, com 14 andares e 7.821 metros quadrados, o que concederá ao MASP, à partir de agora, uma área total de atuação de 10.485 para 21.863 metros quadrados. O novo prédio terá uma fachada completamente preta, sem detalhes visuais expressivos. Ou seja, a atenção continuará sendo para o prédio principal.
Expansão do MASP
Como mencionado anteriormente, o acervo atual do MASP conta com mais de 11 mil peças. Porém, somente 1% de toda esta coleção é exposta atualmente. Um desperdício imensurável!
Com esta expansão, a ideia é que o prédio anexo possibilite ao público acesso a um número maior de obras. A previsão é de que a capacidade de exposição do museu tenha um aumento de 66%.
Serão cinco galerias expositivas, além de outros espaços como: restaurante, laboratório de restauro e salas multiuso. Ou seja, o novo anexo já nasce com a missão de transformar radicalmente o potencial do MASP
Vão Livre do MASP

Manifestação no Vão-livre do MASP – Créditos: brasil247.com
Finalmente o MASP recebeu a concessão do seu famoso vão-livre! Este espaço é ponto tradicional de várias manifestações políticas e sociais, assim como foi palco, por muitos anos, de uma feira de antiguidades que acontecia religiosamente todos os domingos. Porém, desde abril de 2024, a feira acontece no Parque Mario Covas e assim deverá continuar.
Até esta concessão o museu detinha apenas parte do espaço em que se encontra a bilheteria e o guarda-volumes. Com a revitalização do espaço, o grande desafio agora é encontrar um ponto de equilíbrio entre sua essência como praça aberta à comunidade e a pluralidade cultural que, afinal de contas, foi a concepção inicial de Lina Bo Bardi.
O plano é de que aconteçam ali programações gratuitas, incluindo até mesmo o retorno de atividades que já aconteceram ali no passado como, por exemplo, música e cinema. Melhorias na segurança e na zeladoria também estão previstas, como a instalação de mobiliário, WiFi e iluminação.
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